sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Futuro

Algum dia Sartre vai descobrir que não dou a mínima para ele.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Mais do mesmo

Fiz anotações irrelevantes sobre a viagem no meu caderno de capa rosa. Fiquei em um hotel detestável, atendimento grosseiro, orelhões no meio do corredor e nenhum telefone no quarto. Decidi que: nunca mais, obrigada.


Anotei na margem de uma folha que preciso de sapatos novos. Olhando para os meus sapatos, agora (minha cachorra continua escrevendo o que dito), descubro que é verdade, realmente preciso. Andar a pé por São Paulo só não é mais cansativo do que andar de carro por São Paulo.


Os restaurantes que conheci e que tanto amei continuam no mesmo lugar (os que nunca amei também continuam), a cidade continua incansável e a nova Livraria Cultura é superduper, paraíso terreno de nerds.


Fiquei gripada e foi not so cool.


A mãe da outrora noiva coleciona porcelanas, e também é uma das pessoas mais sweet que já conheci.


Pilhagem:


- The New Yorkers;

- Watchmen;

- The Go-Between;

- Bem-casados.


E então desenhei um homenzinho de terno e chapéu-coco enterrado na cabeça, cujo significado muitos psiquiatras procurarão esclarecer em vindouros anos.

Retorno

Sim, fui ao casamento. Foi bonito e divertido, e houve quem dançasse Billie Jean (mas ninguém subiu em cima da mesa).


Ganhei muitos doces, uma coleção de The New Yorkers e consegui Watchmen emprestado, o que, por sinal, leio neste exato momento (enquanto minha cachorra escreve o post que estou ditando).

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Então

Viajo para São Paulo amanhã (hoje, teoricamente). Participarei do grande evento deste ano, ganharei docinhos e talvez veja alguns dos filmes Que Nunca Chegarão Em Blumenau.


Deixo meus fãs com o trailer de um deles:



segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Mentes Perigosas

Não agüento mais a música. Falo sério. Odeio um pouquinho a Sony só por causa disso.

My friend Reginald

Recebi uma carta de Reginald descrevendo em floreadas cinco páginas quão maravilhosa vem sendo sua estada na Índia. Ele contou sobre a primeira vez em que viu a esposa; Carmine estava montada em um elefante, calça cáqui desbotada e rasgada, expressão de superioridade “que fez meus pés confortavelmente calçados deixarem por breves instantes o solo”.


- Cuidado com a leoa! – gritou Carmine.


Reginald ergueu um pouco a aba do chapéu-coco.


- Ora, mas que leoa?


Cinco minutos depois, já em cima do elefante e tremendo descontroladamente, Reginald teve um insight filosófico sobre tudo o que havia de errado no mundo, cortesia de uma experiência de quase-morte. Desejou ter consigo sua caneta e seu caderninho de anotações; precisava colocar no papel aquele que poderia ser O Grande Parágrafo da Humanidade.

E Carmine, ah, Carmine.


- Deixe-me ver...

- Ai, não.

- Quanta frescura. Você quase perdeu a perna.

- Eu acho que nunca tive muito uso para ela, de qualquer maneira.


Mas Reginald, após o incidente, passou a “amar minha perna arranhada e sangrenta como poucos homens poderiam”. Carmine e ele se tornaram amigos e atravessaram o país de formas pouco convencionais. Reginald perdeu parte da magreza que o tornava um britânico tipicamente desengonçado e ganhou mais cor. Envia cartões postais periódicos a seus colegas em Oxford.

Uma foto que recebi mostra Reginald sorridente, parado à margem de um rio onde bebês elefantes tomam banho.

Uma segunda foto é de Carmine. Ela tem cabelos strawberry blonde e está deitada em uma espreguiçadeira, flores e mato para todos os lados. Ao fundo, uma casa linda e também gigantesca.

Reginald escreveu o seguinte no verso da foto:


Foi neste hotel em que eu a pedi em casamento.

Guardei tudo o que Reginald me enviou na gaveta em que também estão os cartões recebidos do Gert, o convite do casamento e o adesivo de vaquinha que nunca tive coragem de colar em lugar nenhum.

Ontem, usando o MSN, pensei ter visto Reginald online. Fui até a cozinha buscar creme de leite com morangos e, ao voltar, eis que me esperava uma mensagem:


Reggie Hollingberry diz:
:D


Ah, Reginald.


Perfect Spring Love diz:
Reginald? Are you there?

Reggie Hollingberry parece estar offline. As mensagens enviadas serão entregues quando esse contato entrar.


Good and ol' Reggie.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Mantenha o queixo erguido, com a sobriedade de um Jeeves (Guia de Sobrevivência)

I.

A busca pelo vestido perfeito começa com a certeza de que todo um preparo emocional é necessário, tendo em vista a quantidade de peças nojentas e escabrosas que ainda farão questão de empurrar para o seu colo – sim, eles, tão vis, aqueles dedos cheios de unhas pintadas de vermelho, aquelas senhoritas usando botas por cima da calça, sim, eles.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Please


Infantilidade me irrita o so bloody much

Crianças não me irritam muito – só um pouquinho. Sei que podem ser chatinhas, mas sempre olho para crianças e, ah, a raiva se vai; tenho a esperança de que uma delas cresça para ser o próximo Mozart, de que aquela menininha de saia xadrez vire uma aventureira e desbrave as regiões da África em que o leão de três cabeças ainda reina (e que goste de jogar críquete aos sábados - a menina, não o leão), então perdôo, sim, os brinquedos espalhados pela sala e os gritinhos de soprano.

Mas a idéia de prolongar a infância, não, obrigada; lavarei minha alma com chá de camomila. Governantes se referindo a marmanjos de vinte anos como “as nossas crianças” me provocam acessos de vergonha alheia, coisa detestável, que eu enfie o rosto na minha cópia de Mansfield Park e não retorne mais.

Todas as mamães que com bravura enfrentam o sistema na tentativa de livrar os filhinhos do exército, correm para médicos, correm para oficiais, e a cena já foi repetida diante dos meus olhos inúmeras vezes, hoje em dia, tendo causado perplexidade há algum tempo, agora só me fazem erguer a sobrancelha (Le Sigh). É difícil encarar um rapaz de dezoito anos e tentar pensar nele como uma flor silvestre, um, vamos lá, homem que supostamente já deveria tomar suas próprias decisões e saber se defender. Sei que o exército brasileiro não é promissor, sei que a vida dos soldados não é fácil, e sei que – grande prova de decadência de um exército – os uniformes já não são legais, mas é um exemplo válido. Que não seja desculpa para se criar hordas de covardes, jovens que não conseguem decidir por si mesmos, cujo excesso de cuidados em que são confinados acabará criando pessoas que permanecem até os trinta anos incapazes escolher alguma coisa sem que haja a interferência materna ou paterna or name your favorite authority no assunto; eternas vítimas, nunca responsáveis.

Todos os estudantes que provocaram aquela balbúrdia na USP não eram jovens demais quando defendendo ideologias tão tortas, mas eram jovens demais para, desrespeitando a lei, sofrerem as conseqüências.

Sing, goddess, the rage of Achilles…